A contribuição das Câmaras Municipais Portuguesas para o Desenvolvimento tem vindo a diminuir, de forma considerável, ao longo dos últimos dez anos.
Enquanto no ano 2000 as autarquias Portuguesas contribuíram com 1,6% para o total da
Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) Portuguesa, estima-se que em 2010 o apoio tenha representado cerca de 0,1% do total da APD, essencialmente destinada aos Países de Língua Oficial Portuguesa. Verifica-se, no espaço de dez anos, uma diminuição de 88,6% dos fundos concedidos.
É uma redução que se faz sentir em diversos Municípios parceiros do Sul. Em declarações à
Inforpress, Fernando Jorge Borges – edil da Câmara Municipal de São Domingos, Ilha de Santiago, Cabo Verde – garante que os bons resultados da gestão autárquica se devem, em parte, aos recursos provenientes da Cooperação Internacional, o que permitiu obter visíveis melhorias nas condições de vida das populações. Realçou que
“o nosso maior parceiro tem sido os municípios portugueses, financiando projectos e concedendo apoios materiais e logísticos”, salientando que o concelho tem, hoje, 60% da população com água canalizada e a totalidade da população com energia disponível, 24h por dia.
Embora se verifique, de facto, uma menor disponibilidade financeira das autarquias Portuguesas para a condução de projectos de Cooperação para o Desenvolvimento, as mesmas mantêm uma grande motivação em manter e aprofundar as relações estabelecidas com as suas pares no Sul, procurando formas inovadoras para financiarem as suas acções e trabalhando, progressivamente, em rede com outros actores do Desenvolvimento.
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