Cabo Verde - Redes para o Desenvolvimento

Cabo Verde

Cabo Verde é um arquipélago composto por dez ilhas, situado na costa ocidental africana. Tem cerca de 520.000 habitantes[1] e ocupa atualmente a 122ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano.

A economia cabo-verdiana passou por uma fase de grande expansão entre 2000 e 2009, período em que o PIB per capita praticamente triplicou. No entanto, os anos que se seguiram foram, em linha com a realidade mundial, de alguma instabilidade, levando a que este indicador acabasse por se fixar atualmente nos 3.100 US$[2].

A trajetória de crescimento económico significou também redução progressiva da taxa de desemprego, que atualmente está em cerca de 12%. Os últimos anos em Cabo Verde foram também de consolidação de alguns direitos laborais. No início de 2014 foi criado o salário mínimo, com um valor aproximado de 110 US$ e, dois anos depois, o Governo estipulou também a existência de um subsídio de desemprego[3]. Apesar destas conquistas sociais, Cabo Verde continua ainda com alguma dificuldade em fazer face ao desemprego, em especial entre os jovens com formação, forçados em muitos casos a recorrer à economia informal.

Cabo Verde é, entre os PALOP, o país com a menor percentagem da população abaixo do limiar da pobreza. Dados de 2007 apontam para que cerca de 27% dos cabo-verdianos se encontrariam nesta situação[4]. No que diz respeito à fome, as Nações Unidas apontam para um risco moderadamente baixo (entre 5% a 15%)[5].

A economia local é muito condicionada pela escassez de recursos naturais e aridez de algumas das suas ilhas. O setor dos serviços representa cerca de 70% da atividade económica. Apesar de cerca de 35% da população viver em zonas rurais, a agricultura está limitada a menos de 10% da atividade económica. A indústria encontra-se mais associada à transformação de peixe, sal e alguma manufatura. As últimas décadas têm também assistido à afirmação do turismo, atualmente reconhecido pelas entidades governamentais como um setor estratégico.

A balança comercial é ainda muito deficitária, como se traduz no facto de Cabo Verde importar a quase totalidade dos alimentos consumidos. As dificuldades em potencializar mais alguns setores como o do peixe congelado, prende-se com a falta de infraestruturas. Nota ainda para a importância económica das remessas enviadas por emigrantes cabo-verdianos para o território nacional.

Em matéria de segurança, Cabo Verde apresenta um número de assassinatos por 100.000 habitantes de cerca de 10,3[6], valor algo elevado à luz dos indicadores socio-económicos e especialmente se comparado com outros países africanos.

Têm sido implementados em Cabo Verde diversos projectos de cooperação descentralizada, onde Portugal, pelas ligações históricas e culturais, tem tido um papel muito ativo. No entanto, outros países têm também realizado esforços nesse sentido, como Espanha, Áustria, Alemanha, Holanda e, mais recentemente, Itália[7]. No que concerne aos municípios portugueses, Cabo Verde é o segundo país com o qual estes mais estabelecem acordos de geminação, num total superior a 110[8]. Nota ainda para um projecto de investigação recente de uma equipa portuguesa que se focou precisamente no papel da cooperação descentralizada e dos agentes envolvidos enquanto motor de mudança[9].
 
 
 
[6]  http://hdr.undp.org/en/countries/profiles/CPV (consultado em Janeiro de 2017).
[9] A Cooperação Descentralizada; os actores não estatais na dinâmica de mudança em países africanos - o caso da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, 2000-2004, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (POCI/AFR/55830/2004)
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