Timor-Leste - Redes para o Desenvolvimento

Timor-Leste

Timor-Leste situa-se na parte oriental da ilha de Timor, que é dividida entre este país e a parte ocidental, uma província da Indonésia. O fim da guerra com a Indonésia significou para o país o início de um período de grande crescimento populacional, com o total de habitantes a fixar-se actualmente acima de 1.200.000[1]. Encontra-se em 133º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano.

O fim da ocupação indonésia em 1999 e a maior estabilidade que daí decorreu permitiu ao país projectar algumas expectativas de crescimento económico. Entre 2006 e 2012 o PIB teve um crescimento repentino, passando de 464 US$ per capita para 1.100 US$[2]. O peso da economia informal dificulta uma medição precisa do desemprego no país. Embora um relatório recente aponte para uma taxa reduzida, a verdade é que o mesmo documento menciona que cerca de 70% da população empregada tem um trabalho precário, ou seja, não tem um salário regular[3]. Apesar da debilidade da economia, Timor-Leste tem salário mínimo desde 2012, altura em que o sector privado passou a ter um valor estipulado equivalente ao público: 115 US$. A percentagem da população a viver abaixo do limiar da pobreza, pese embora algumas melhorias recentes, ainda é bastante elevada, como reconhece o próprio Governo local[4]. O país ainda tem, de acordo com a ONU e a FAO, um nível elevado de pessoas em situação de sub-nutrição (entre 25% e 35%)[5].

A economia timorense depende fundamentalmente do sector industrial, que representa mais de 80% da actividade. No entanto, a agricultura, apesar de ser praticamente irrelevante, ocupa a maior parte da população, ainda muito dependente de uma prática de subsistência[6]. A extracção de petróleo e gás natural é o sector chave da economia local, ao ponto de o FMI ter considerado que este era o país mais dependente da exploração de crude no mundo[7]. Estes constituem portanto a maioria das exportações timorenses e, em menor número, o café, a principal produção agrícola. Apesar do dinamismo da indústria petrolífera a balança comercial é amplamente deficitária[8].
No que à desigualdade diz respeito, apesar da muita pobreza existente, o índice de GINI de Timor é o mais baixo de todos os países da CPLP[9]. Apesar das dificuldades socio-económicas, os índices referentes à violência são relativamente baixos, com o número de homicídios a ser de 3,6 por cada 100.000 habitantes[10].

O número de geminações com municípios portugueses ainda é reduzido, totalizando apenas onze iniciativas deste tipo[11]. Ainda assim, outras parcerias com autarquias têm sido estabelecidas recentemente, com o objectivo de dotar o país de melhores infra-estruturas e capacitar as administrações locais timorenses, dinâmica que se enquadra no objectivo assumido do Governo de Timor-Leste de promover a descentralização da sua administração. As câmaras de Torres Novas e Lisboa têm tido um papel de destaque nesta matéria, envolvendo também outros agentes, como sejam empresas portuguesas[12].
 
 
 
 
 
[3] Timor Leste Labour Survey 2010. Díli: Secretaria de Estado da Formação Profissional e Emprego - Timor Leste, 2010.
[9] http://hdr.undp.org/en/indicators/67106
(consultado em Janeiro de 2017).
[10] http://hdr.undp.org/en/countries/profiles/TLS (consultado em Janeiro de 2017).
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