Guiné-Bissau - Redes para o Desenvolvimento

Guiné-Bissau

A Guiné-Bissau situa-se na costa ocidental de África. Trata-se de um país de reduzidas dimensões com pouco mais de 1.800.000 habitantes[1], valor alcançado após um crescimento constante desde o início da década de 90. O país é o 178º no que diz respeito ao Índice de Desenvolvimento Humano.

O país tem um dos mais baixos PIB per capita, realidade que ilustra bem a debilidade da sua economia. Pese embora o crescimento desde o início dos anos 2000, este valor situa-se apenas nos 570 US$[2]. De acordo com estatísticas recentes, mais de dois terços da população guineense vive abaixo do limiar da pobreza[3], um dos valores mais elevados do mundo. A instabilidade política vivida nas últimas décadas (guerra civil em 1998-99 e os golpes de Estado em 2003 e 2012) têm contribuído para o agudizar das dificuldades.

Embora informações sobre o desemprego sejam escassas, dados de 2009 referem que esta taxa rondaria os 10% da população activa[4]. O salário mínimo encontra-se fixado em cerca de 47 US$ e não existe qualquer espécie de subsídio de desemprego. A desigualdade no país é ligeiramente inferior à de outros PALOP, como Angola e Moçambique, de acordo com as estatísticas existentes[5].

A Guiné-Bissau é muito dependente da agricultura, que representa cerca de 46% da actividade económica. Ainda assim, trata-se fundamentalmente de agricultura de subsistência, muito pouco virada para a produção extensiva. O caju destaca-se como uma das principais plantações, que, a par com outros frutos secos e cocos, constituem mais de 90% das exportações. O arroz é outro dos maiores cultivos, embora essencialmente para consumo interno. O tecido industrial é débil, representando este sector apenas 10% de toda a actividade económica no país[6]. A balança comercial do país tem sido algo instável nos últimos anos, alternando entre anos em que o saldo é positivo e outros em que o mesmo se revela negativo[7].

A violência é um dos problemas da sociedade guineense, com o número de homicídios a ascender a mais de 8 por cada 100.000 habitantes[8]. Um relatório recente apontou a recorrência da violência contra mulheres, verificada essencialmente no meio familiar e decorrente, em parte, da concepção mais tradicional do casamento[9].

As autarquias portuguesas têm um total de 25 acordos de geminação com localidades guineenses[10]. A cooperação portuguesa com o país é bastante activa, como demonstram dados existentes relativos ao número de agentes de cooperação nos PALOP, com a Guiné a assumir uma posição cimeira. A educação é o sector para o qual são canalizadas mais verbas[11].
 
 
 
[4] Características Económicas da População RGPH2009. Bissau, INE Guiné-Bissau, 2009. Disponível em: http://www.stat-guinebissau.com/publicacao/caracteristicas_economicas.pdf (consultado em Janeiro de 2017).
[5] http://hdr.undp.org/en/countries/profiles/GNB (consultado em Janeiro de 2017).
[8] http://hdr.undp.org/en/countries/profiles/GNB (consultado em Janeiro de 2017).
[9] Sílvia Roque (coord.), Um retrato da violência contra mulheres na Guiné-Bissau.
[11] Fara Caetano, A cooperação portuguesa para o desenvolvimento na área da educação da Guiné-Bissau: impacto dos projetos. Tese de mestrado. Porto: Universidade do Porto, 2012, pp. 97-99.
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